Fazia tempo que a SpaceFox ensaiava sua entrada no segmento de aventureiros urbanos. Em 2006, tudo parecia pronto para a SpaceFox Crossover estrear após ser mostrada no Salão do Automóvel, o que não aconteceu. No fim das contas, foi preciso esperar quase quatro anos para a perua, enfim, ganhar as ruas (e trilhas) com o nome de Space Cross.
O parentesco com o CrossFox está por todos os lados. A dianteira tem o mesmo para-choque diferenciado do compacto, que incorpora uma grade do tipo colméia, faróis auxiliares e um aplique na parte inferior pintado de grafite. A mesma tonalidade aparece nos estribos laterais, nas rodas de liga leve e na capa dos espelhos retrovisores, que incorporam as luzes de seta. O lado aventureiro é ressaltado pelos para-lamas com molduras em plástico preto e pelo friso largo que percorre a parte inferior das portas - no hatch, o lugar é preenchido por um adesivo.
A grande diferença da Space Cross em relação ao seu ‘irmão’ menor está na traseira. Não há suporte para o estepe: a roda sobressalente viaja em seu devido lugar - ou seja, dentro do porta-malas. O visual clean se completa com a ausência de logotipos na tampa de trás. Apenas a inscrição Space Cross na parte inferior do para-choque identifica a versão. Por dentro, apenas as pedaleiras cromadas e a inscrição Cross na manopla do câmbio e nos bancos (quando não são forrados de couro) identificam a perua aventureira.
Se o visual discreto pode decepcionar quem gosta de uma aparência mais esportiva, a Space Cross dá o troco nos equipamentos. A perua tem o que o consumidor espera (e deseja) neste tipo de automóvel: ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura, sensores de chuva e luminosidade, freios com sistema anti-travamento (ABS) e airbag duplo são oferecidos de série.
Outros itens tornam a vida a bordo mais agradável, como a gaveta porta-objetos embaixo do banco do motorista (útil para guardar pertences), o espelho retrovisor direito que inclina para baixo quando a ré é engatada, redes nas laterais do porta-malas e mesinhas do tipo avião para servir os passageiros que viajam no banco de trás. A lista de opcionais inclui coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, rádio com leitura de arquivos em MP3 e entrada auxiliar USB com SD Card, volante multifuncional e bancos revestidos em couro.
O motor que impulsiona a Space Cross é o conhecido 1.6 VHT, venerado por uns e criticado por outros. O fato é que, embora não se destaque mais diante da concorrência, o conjunto mecânico continua merecendo elogios. O torque máximo já aparece em baixas rotações (15,6 mkgf a 2.500 rpm com etanol) e os engates precisos do câmbio MQ200 continua formando um casamento feliz. Nem a suspensão elevada em 33 milímetros na dianteira e 35 milímetros na traseira prejudicou o conforto e a segurança do carro nas curvas.
A Space Cross vai enfrentar a concorrência de Fiat Palio Adventure e Peugeot 207 Escapade. Seu preço sugerido é de 57.990 reais com o câmbio manual de cinco marchas e 60.690 reais com a transmissão automatizada I-Motion.