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domingo, 19 de junho de 2011

SPACE FOX X PALIO WEEKEND X MEGANE GRAND TOUR


Se o comparativo se detivesse apenas ao desempenho, a Weekend seria campeã. Com o novo motor E.torQ 1.6 16V flex, de 117 cv (com etanol), ela foi a mais rápida nas medições de aceleração e de retomada de velocidade, além de se revelar a mais econômica, tanto no ciclo urbano como no rodoviário. Mas a análise foi mais ampla e ainda na pista, nas provas de frenagem, a Weekend foi superada pelas rivais. Nesses ensaios, a Grand Tour levou a melhor, quebrando a hegemonia da Fiat.

Em relação à dirigibilidade, cada perua tem características próprias. A Palio é a dona da suspensão mais macia, que por um lado garante conforto a bordo. A contrapartida é deixar a carroceria mais "solta", inclinando bastante nas curvas. A SpaceFox, por sua vez, tem a suspensão bem mais firme, o que serve para compensar seu centro de gravidade mais elevado - apesar de não ser tão confortável, é a mais confiável das três. E a Grand Tour fica em uma posição intermediária. Ela consegue ser tão confortável quanto a Palio e quase tão firme quanto a SpaceFox.

Olhando os preços, a Fiat chama a atenção por custar menos. Mas essa vantagem é relativa, uma vez que na versão básica ela traz menos equipamentos que as outras. Entre os itens de série, há direção hidráulica, computador de bordo, imobilizador e sistema Follow Me Home. Com o kit Attractive 5, que inclui ar-condicionado, vidros e travas elétricos e rodas de liga leve, seu preço sobe para 48 440 reais, valor próximo ao da Grand Tour, que é bem mais equipada.

A Weekend também é prejudicada pela idade do projeto - a nova geração deve chegar até o final deste ano. A atual é da turma de 1997 e, apesar de algumas as atualizações, não esconde as marcas do tempo. Seu painel é o mesmo desde 2004 e embora tenha recebido novo tratamento nos frisos e na superfície do console, não esconde o design básico - além de (tradicionais) falhas de acabamento de algumas peças.
A SpaceFox estreou em 2006 e foi reestilizada no final do ano passado. Por fora, ganhou a frente dos VW atuais, com linhas mais retas e elegantes e faróis horizontais com refletores estilizados. Na traseira, recebeu as lanternas que também seguem a tendência da marca, com lentes seccionadas. No entanto, a maior mudança surgiu internamente. O painel, originalmente humilde em tamanho e material, deu lugar a um conjunto mais bem acabado, com materiais de diferentes texturas, mostradores de fácil leitura e boa ergonomia.

A versão Plus é mais simples que a Sportline que aparece nas fotos. Ela não tem volante multifuncional e seus bancos de tecido, em vez de couro. Em relação ao conteúdo, alguns equipamentos mostrados - como rodas de liga leve, computador de bordo, airbags e freios ABS - são opcionais. Mas ainda assim, a SpaceFox Plus é bem servida. Ela conta com direção hidráulica, ar-condicionado, vidros elétricos nas quatro portas, alarme e indicadores de seta nos retrovisores.

Na pista de testes, sua maior virtude foi o comportamento equilibrado nas curvas e nas frenagens. Em números, seu desempenho foi apenas intermediário: atrás da Palio Weekend e à frente da Grand Tour.

Mais moderna que a Palio e com desempenho superior ao da Grand Tour, a SpaceFox poderia dificultar a vitória da Renault se fosse mais barata no preço, no seguro e nas peças. Segundo a corretora Nova Feabri, a apólice da VW não é a mais cara, mas ainda é superior ao da Grand Tour. Ficou em 3 087 reais, enquanto a da Palio sai por 3 694 reais e a da Grand Tour custa 2 238 reais. E em relação ao preço das peças, as da VW são as mais caras. A cesta básica pesquisada (jogo de pastilhas de freio, amortecedores dianteiros, kit de embreagem, farol dianteiro esquerdo, retrovisor esquerdo e para-choque dianteiro) custa 3 875 reais para a SpaceFox, 3 226 reais para a Grand Tour e 2 167 reais para a Palio Weekend.
A Grand Tour é disparada o melhor custo-benefício deste comparativo. Ela ficou para trás, nas provas na pista de testes, mas o que oferece em compensação supera bem essa deficiência inicial. Sua vantagem começa no fato de ser uma perua média, enquanto as rivais são compactas. Isso significa que ela tem maior espaço interno para pessoas e para bagagem. Na largura da cabine, na fileira de bancos da frente, por exemplo, a Grand Tour mede 146 centímetros, enquanto a SpaceFox e a Palio Weekend têm 134 centímetros cada uma. E em seu porta-malas cabem 520 litros, contra os 430 litros de capacidade da SpaceFox e os 460 litros da Palio.

Outra diferença grande é nos itens de série. A Renault poderia ter retirado alguns ao reposicionar a perua, mas preferiu conservar o pacote bem completo, composto por direção elétrica, ar-condicionado digital, computador de bordo, chave tipo cartão, piloto automático, sensor de chuva, sensor de faróis, rodas de alumínio e rack no teto. Os airbags frontais são do tipo adaptativo - que ajusta o enchimento das bolsas em função da gravidade do acidente. E os freios ABS contam com EBD. O único opcional é a pintura metálica. O acabamento também manteve o bom padrão. Os bancos são revestidos em tecido navalhado e os botões dos vidros elétricos são emborrachados.

Em relação aos custos, a Grand Tour é a dona do seguro mais barato e seu pacote de peças ficou em um patamar intermediário. A Renault é a única a oferecer três anos de garantia, enquanto a Fiat dá apenas um ano e a VW tem uma cobertura de um ano de garantia, mais dois anos apenas para motor e câmbio.

A Grand Tour chegou ao mercado no final de 2006, mesmo ano da SpaceFox, e não teve mudanças significativas até hoje. Mas, apesar disso, seu visual se manteve atual, até porque linhas retas e recortes que formam vincos estão de volta nos lançamentos mais recentes. Ela ainda faz bonito aonde chega.

O Renault Fluence, que chega este mês, aposenta o sedã Mégane, mas não representa o fim da linha para a Mégane Grand Tour. A perua tem uma segunda chance em nosso mercado. Ela passa a ser oferecida em versão única, reposicionada em uma faixa de preço menor. Apesar de ser uma perua média, a partir de agora a Grand Tour vai disputar a atenção do consumidor com modelos compactos, como a Fiat Palio Weekend e a VW SpaceFox. A notícia é boa para quem quer um carro com mais espaço para bagagem. Mas será que a Grand Tour é uma boa alternativa?

Para saber o que essa "nova" Grand Tour oferece e como se sai no confronto com as menores Palio Weekend e SpaceFox, alinhamos as três neste comparativo. A Grand Tour chega na versão (única) 1.6 Dynamique, ao preço de 49 050 reais. A Weekend vem com a 1.6 Trekking, por 43 940 reais. E a Space- Fox é a 1.6 Plus, que custa 49 390 reais. A unidade enviada pela VW e que aparece nas fotos é a mais completa Sportline, que sai por 55 930 reais, mas para efeito de comparação levaremos em conta o conteúdo oferecido pela versão Plus.

As três prometem uma briga boa. Em 2010, a Grand Tour foi a líder no segmento de peruas médias, desafiando a líder e a vice do segmento de compactas. A Palio fechou 2010 à frente da SpaceFox, que por sua vez ficou na liderança nos últimos meses do ano.