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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MERCEDES BENZ C 180 TURBO X VOLVO S60


Pouco tempo atrás, comprar um sedã de uma marca de prestígio, sem gastar muito, significava ter que abrir mão de equipamentos, acabamento refinado e até de desempenho. Agora não. As fábricas estão reposicionando seus modelos de entrada e a tecnologia tem ajudado a tornar o sonho dos consumidores uma realidade mais interessante. Mercedes- Benz C 180 Turbo e Volvo S60 T4 são belos exemplos dessa mudança de cenário.

Obviamente, esses modelos não são tão equipados e sofisticados quanto seus pares mais caros. Mas também não são aquelas versões reconhecidas como básicas a distância. Visualmente, C 180 Turbo e S60 T4 fazem boa figura e, de perto, contam não só com aqueles equipamentos considerados obrigatórios em modelos de luxo, como ar-condicionado, cruise-control, airbags e ESP, mas ainda têm recursos mais próprios dos topos das linhas.

Tanto um quando outro dos sedãs mostrados aqui trazem volante multifuncional, sistema de som de alta-fidelidade com Bluetooth e dispositivos de segurança como os apoios de cabeça ativos, para proteção em caso de colisão traseira.

Precavido, o C 180 oferece sistema Attention Assist, que monitora o estado de atenção do motorista e emite alertas quando identifica sinais de cansaço. Já o S60 vem com sistema City Safety, um freio autônomo que atua quando o motorista está distraído ou avalia mal uma situação de perigo.

A maior surpresa na evolução desses sedãs (ou, pelo menos, a que dá mais prazer de constatar) está nos motores - graças à adoção de recursos como cabeçote multiválvulas, injeção direta de combustível e turbocompressor, entre outras tecnologias. Antigamente, um sedã de luxo equipado com motor de quatro cilindros era um teste de paciência para o motorista, de tão lentas que eram suas respostas. Hoje esses motores têm agilidade de velocista. O 1.8 do Mercedes mostrado aqui gera 156 cv a 5000 rpm e 25,5 mkgf de torque entre 1 600 e 4200 rpm. E o do Volvo, que é 1.6, produz 180 cv a 5700 rpm e 24,5 mkgf de 1600 a 5000 rpm.

O desempenho demonstrado por esses motores na pista de testes nos surpreendeu. Nas arrancadas de 0 a 100 km/h, o C 180 fez o tempo de 8,8 segundos e o S60, de 8,9 segundos. Nas retomadas de velocidade de 60 a 100 km/h, o C 180 acelerou em 4,7 segundos e o S60, em 5,0 segundos.

Foi curioso ver o equilíbrio entre os dois. O Volvo é mais potente, mas o Mercedes leva ligeira vantagem no volume de torque. E também no fato de contar com um câmbio automático sequencial de sete marchas, enquanto o S60 é equipado com uma caixa automática sequencial de seis marchas. Os dois pesam praticamente o mesmo: o Mercedes com 1495 kg e o Volvo com 1484 kg.

Nas medições de consumo, o sueco se sobressaiu com as médias de 10,3 km/l de gasolina na cidade e 14,3 km/l na estrada, diante das médias de 9,4 e 13,0 km/l do alemão, respectivamente. E, nas frenagens, a eficiência se inverteu. Vindo a 80 km/h, o Mercedes percorreu 23,5 metros até a parada, enquanto o Volvo precisou de longos 28,6 metros.

Pelo exposto até aqui, está claro que nenhum desses sedãs pede sacrifícios ao proprietário. Para quem pensa em colocar um deles na garagem, o mais difícil talvez seja decidir. Visualmente, os dois têm seus encantos. Ambos transpiram elegância e evocam esportividade, com as dianteiras baixas, as traseiras curtas e as linhas de teto dando a impressão de tratar-se de cupês. As diferenças estéticas ficam por conta da genética de cada marca. O C 180 é reconhecido imediatamente com sua estrela no centro da grade dianteira. E o S60 revela uma ousadia rara na linha Volvo, mas não abre mão de sua origem escandinava, com linhas e superfícies limpas. Por dentro das cabines, a arquitetura dos genes se repete, mas os materiais e a disposição dos equipamentos fazem diferença. O Mercedes é mais bem trabalhado, com variação de compartimentos e contrastes. O acabamento reúne placas de plástico preto (que faz o papel de madeira laqueada) com frisos de alumínio e partes de couro. O Volvo tem o console revestido de alumínio, material mais nobre que o plástico, mas seu visual é mais discreto. Apenas o volante a manopla do câmbio são revestidos de couro. Os bancos são de tecido. E há uma saída de ar na parte superior do console que parece sobrar no conjunto, uma vez que logo acima, no painel, ligeiramente deslocada para a direita, existe outra. Ainda na cabine, os dois oferecem espaço confortável para quatro adultos, mas, na ponta do lápis, o Volvo leva vantagem em todas as dimensões. O S60 garante melhor acomodação para pernas, cabeça e ombros, nas duas fileiras de bancos (veja as medidas no fim do teste). O C 180 tem bancos de couro sintético e se destaca pela capacidade do porta-malas, com 475 litros, contra os 380 litros do S60.

Até aqui, a disputa permanece equilibrada. Mas, ao analisar o comportamento dinâmico dos carros, o Mercedes se apresenta mais esportivo, enquanto o Volvo dá preferência ao conforto. A direção do alemão é mais firme e pesada que a do sueco. Na suspensão, os dois têm respostas parecidas, no uso diário em ruas e estradas em velocidade de cruzeiro. Mas o C 180, mais uma vez, é mais esportivo quando precisa se adaptar às curvas e mudanças de direção repentinas. Os dois têm suspensões independentes nos dois eixos, com estruturas do tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira. Mas o C 180 traz como diferencial o sistema de amortecimento adaptativo, Agility Control, que varia a rigidez do conjunto de acordo com as solicitações (em função do tipo de piso, velocidade e estilo de condução do motorista). Outra característica que diferencia um sedã do outro é a transmissão da tração, que no Mercedes é feita para as rodas traseiras e no Volvo, para as dianteiras. A tração traseira deixa o carro mais divertido, para quem gosta de dirigir esportivamente. Mas a dianteira é mais segura, porque deixa o comportamento do veículo mais previsível e permite correções de direção mais fáceis.

Em relação ao pós-venda, o C 180 também está em melhor posição, com uma rede de concessionárias maior, preços de seguro menores e revisões com custos fixos, o que a Volvo ainda não oferece.

Ao final, a sensação de que o consumidor poderia decidir simplesmente por identificação com um dos carros ou pela empatia com a marca é confirmada. Os dois fizeram a mesma pontuação final. O conjunto da obra, se evocado como critério de desempate, daria a vitória ao C 180. Mas um empate técnico combina muito bem com toda a tecnologia apresentada pela dupla que disputou este verdadeiro clássico europeu.
Tudo bem, mas onde é que estão os sedãs da Audi e da BMW neste comparativo? O Audi A4, oferecido na versão 2.0 TFSI, chega às lojas com um preço que não é propriamente de entrada no segmento. Enquanto o C 180 custa 114900 reais e o S60 T4, 102900 reais, o A4 sai por 134 900 reais. E o BMW 320i fica de fora porque está cedendo seu lugar de sedã de entrada na linha para o 318i, que por sua vez ainda não está disponível para testes, apesar de já estar à venda por 103 630 reais. O 318i tem motor 2.0 de 143 cv e 19,4 mkgf de torque e câmbio automático de seis marchas. Entre os equipamentos, ele vem com bancos de couro (sintético), ESP e faróis bixenônio. Segundo a fábrica, faz de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos.Sua direção é mais leve que a do rival. Não se saiu bem nas frenagens. A suspensão é competente.Foi ligeiramente melhor na aceleração de 0 a 100 km/h e nas medições de consumo.O acabamento é de boa qualidade, mas o Mercedes consegue ser mais sofisticado.Oferece mais espaço interno.Além de ESP, 4 airbags e sistema SIPS, vem com o sistema City Safety.Cotações feitas pela corretora Nova Feabri mostram que o seguro do S60 tende a custar mais que o do C 180.A direção é firme. Freou melhor que o Volvo. Tem a suspensão mais eficiente.Apesar de menos potente, o C 180 superou o S60 nas retomadas, graças ao câmbio de sete marchas.O design não é tão recente quanto o do Volvo. Mas ainda é atual e passou por face-lift este ano.Tem bancos de couro e porta-malas de 475 litros.Além de ESP, 6 airbags e sistema Neck-Pro, tem o dispositivo Attention Assist.O C 180 tem revisões com preço fixo. E a Mercedes conta com 27 concessionárias contra 18 da Volvo.