Atendendo a pedidos, seguem os números de consumo do Fluence com gasolina: 9,3 km/l na cidade (mesma marcação do computador de bordo) e 13,8 km/l na estrada (12,8 km/l, no indicador). Os números foram aferidos no dia a dia da redação, com diferentes pessoas no comando do Fluence. A aferição em rodovia foi feita com dois ocupantes no carro e algumas bagagens no porta-malas.
Aproveite para ver os números de teste da versão manual e o comparativo publicado na AE de fevereiro, 549.
No confronto das transmissões manuais, o Fluence de seis marchas enfrenta o Civic, de cinco
Na última vez em que um sedã da Renault encarou o Civic, deu Honda na cabeça. Na época, julho de 2006, o confronto começou desigual, já que o Civic entrou com seu câmbio manual de cinco marchas, contra um Mégane de seis velocidades. Agora as coisas mudaram. A Renault tirou o Mégane de campo e convocou o Fluence. É difícil encarar japonês? Então a marca francesa foi buscar armas orientais para a briga, caso do motor 2.0 e do câmbio de seis marchas. Ambos foram desenvolvidos em parceria pela Renault e Nissan, e já estão em uso no Sentra. Bom, no passado (maio de 2007) o Civic manual também bateu o Nissan Sentra de seis marchas. Será que agora o Honda vai ampliar o marcador para 3 x 0? Vamos para a partida.
Partida? No Renault Fluence, ela é dada sem necessidade de chave. Lembra daquele cartão do Mégane? Ele continua, mas com avanços: agora, ele pode permanecer no bolso que o sistema reconhece a proximidade, destrava portas e aciona o motor, por botão. Na hora de sair, basta se afastar do carro que o travamento é automático. Ponto para o Fluence.
O Renault também leva vantagem no preço. A montadora francesa aprendeu da pior forma possível que brigar com Civic e Corolla é o mesmo que pôr peso-mosca em um ringue com peso pesado. Então fez um carro moderno, equipou-o até os dentes e colocou o preço abaixo da média. Assim, por R$ 59.990, o Fluence Dynamique (versão mais barata) vem com ar-condicionado digital de duas zonas, computador de bordo, faróis de neblina, seis airbags e limpador com temporizador regulável, para citar alguns itens inexistentes no Civic LXL, que custa R$ 67.340.
Outro trunfo do modelo francês está no porte avantajado. Em relação ao Civic, ele é 13 cm mais comprido (4,62 m), 2 cm mais alto (1,47 m) e 5,8 cm mais largo (1,81 m). O sedã tem alguns truques visuais: visto de lado, parece bem bombadão, com seus para-lamas dianteiros altos e estufados. De frente, a gente percebe que é uma “ilusão” de ótica, já que a parte central do capô é mais baixa que as laterais. A traseira, porém, não tem truques: é alta mesmo. E isso se reflete em bom espaço no porta-malas. O Renault tem capacidade para 530 litros, enquanto o Civic, que tem traseira mais baixa, acomoda 325 l (números aferidos).Mas o Civic não entrega os pontos facilmente. Quando a gente coloca os dois lado a lado, olha para o Fluence por causa do fator novidade, mas o veterano Honda ainda causa admiração, mesmo estando entre nós há quase cinco anos. Em uma palavra, o Honda tem personalidade de sobra, item que falta ao Renault. Pode apostar que daqui a dez anos essa geração do Civic será lembrada como referência em design, pelo arrojo das linhas. O Fluence, não. Cobre de mim em 2021.
Abrimos a porta e a impressão é ainda mais reforçada. O painel do Honda é o grande destaque do carro. Parece que ele é o lançamento, e não o Fluence. O painel de dois andares é bonito e oferece ótima visualização. A parte central avançada deixa os comandos do som e do ar-condicionado ao alcance da mão, bem ao lado do volante. Ergonomia exemplar. Além disso, na versão LXL o ótimo volante (pequeno e bem desenhado) traz as teclas do som e do controlador de velocidade.