Se você quer saber se o novo Aston Martin Virage realmente vale seu preço de R$ 1.065.000 - cerca de R$ 160 mil a mais do que o quase idêntico DB9 -, aqui vai uma dica: não pergunte a Ulrich Benz. O alemão que está na chefia da Aston desde 2000 tem pouco tempo para aqueles com problemas em apreciar as sutis nuances que definem cada modelo na linha de 14 carros da marca, todos os quais – à parte do gorducho Cygnet, baseado noToyota iQ – parecem bastante similares. “Nossos carros se parecem com Aston Martins“, ele diz, desafiante. “Se você não gosta do visual, compre outro carro”.
É praticamente o mesmo princípio quando você dirige. Se você passou muito tempo dentro de Astons ultimamente, imediatamente apreciará o Virage por ser um pouco mais veloz e atlético que o DB9, e ainda assim mais suave e refinado. O cupê, que terá sua primeira unidade desembarcando no Brasil dentro de duas semanas, conta com um novo tubo de admissão que liberou 20 cavalos extras em comparação ao DB9. Isso empurra o desempenho do seu motor artesanal V12 5.9 para 490 cv a 6.500 rpm. A potência extra veio com o sacrifício de algum torque: caiu 3,1 kgfm em comparação ao V12 do DB9.
O motor opera através de uma transmissão automática de seis velocidades traseira, calibrada para se aproximar da precisão e controle de uma transmissão manual automatizada. As trocas não são tão rápidas quando nos melhores automáticos de dupla embreagem, mas você pode assumir o controle manual no momento em que aciona uma das hastes, e o carro irá permanecer na marcha que você selecionou, mesmo com o V12 roncando no limitador de rotação.O Aston Martin Virage é rápido e, ainda assim, relaxante de dirigir, a despeito das condições da estrada – característica de um grande GT. Mas não é um carro sem defeitos. O acabamento em couro Bridge of Weir tem um novo padrão de costura e parece suntuoso, e tudo o que parece metal, madeira ou vidro realmente é feito de metal, madeira ou vidro. Mas se você for muito maior que 1,80 m vai descobrir que não é capaz de recuar o banco do motorista tanto quanto gostaria. E os botões de controle do console central ainda são difíceis de operar. Enfim, o Aston Martin Virage é realmente melhor que o DB9. Mas será que isso é o suficiente?